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HMEC - FECHAMENTO DA SÍNTESE PROVISÓRIA - 05/06/24

  • Foto do escritor: thikow
    thikow
  • 5 de jun. de 2024
  • 7 min de leitura

Questões Aplicatívas


1-     Diferenciar pielonefrite de colelitíase, ITU e infecções ginecológicas - sintomas, conduta, exames laboratoriais e de imagem.

Pielonefrite


Pielonefrite aguda é a inflamação purulenta que compromete túbulos, interstício e pelve renais.

- Sintomas: sinais gerais de infecção, dor lombar, disúria, polaciúria, piúria, hematúria e cilindros leucocitários (purulentos); estes confirmam o comprometimento renal, pois se formam nos túbulos.

- Conduta: Pielonefrite não complicada: deve-se iniciar tratamento oral com fluoroquinolonas (ciprofloxacino

500 mg, de 12/12 h, durante sete dias, ou levofloxacino 750 mg/dia, durante cinco dias). Se houver necessidade de internação, recomenda-se usar esquema endovenoso com fluorquinolonas (ciprofloxacino 400 mg, duas vezes ao dia, ou levofloxacino 750 mg/dia) ou, ainda, cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona 2 g/dia). Pielonefrite complicada: requer tratamento hospitalar com fármacos endovenosos, como amoxicilina/aminoglicosídeo cefalosporina de terceira geração. Como alternativas, incluem-se ceftolozano + tazobactam, imipeném-cilastatina, ceftazidima + avibactam, meropenem. O uso empírico de ciprofloxacino deve ser restrito a locais em que a resistência bacteriana seja inferior a 10%.

- Exames: cultura urinária, pode-se considerar investigação diagnóstica adicional com ultrassonografia, tomografia computadorizada helicoidal das vias urinárias (padrão ouro – mostra estrutura em 3D). Exame de urina pode apresentar alterações como piócitos, nitrito, leucocitúria, hematúria entre outros.

 

Colelitíase

- Sintomas: cólica biliar e muitos pacientes queixam-se de dor no hipocôndrio direito e intolerância a alimentos gordurosos.

- Conduta: colecistectomia. A maioria dos pacientes são submetidos à colecistectomia videolaparoscópica (CVL), segundo a US National Institutes of Health, a CVL é segura e eficaz quando comparada à colecistectomia convencional.

- Exames: ultrassonografia é o método de escolha para o seu diagnóstico, pois detecta virtualmente todos os cálculos maiores que 3 mm de diâmetro. O cálculo pode migrar para o ducto pancreático e consequentemente pode levar a pancreatite (precisa dosar Lipase e Amilase/TGO/TGP)

- Alimentos colagogos: Alimentos que levam a contração da vesícula (Ovo, gordura)


Radiografia com alteçrão em visícula


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ITU (infecções do trato urinário) – pode resultar de qualquer agente agressor, como bactérias, fungos,

vírus e agentes específicos. Encontramos prevalência acentuada em relação às bactérias gram-negativas, dentre elas, especificamente, a Escherichia coli. Que resulta em infecção das estruturas do aparelho urinário – do rim ao meato uretral. Infecção em estruturas adjacentes, como próstata, vesículas seminais e epidídimos, pode ser incluída nessa definição por estar em intimamente ligadas.

- Sintomas: pode se manifestar clinicamente de várias formas, dependendo do setor comprometido do aparelho urinário e a intensidade dessas manifestações também será variável, de acordo com fatores associados, variando de quadros totalmente assintomáticos (bacteriúria assintomática) até septicemias graves. ITU mais simples costumam ser chamadas de não complicadas (cistite aguda), enquanto infecções que comprometem o estado geral ou associam-se a outros fatores clínicos são chamadas de complicadas (pielonefrites). Inúmeras situações clínicas podem estar associadas à infecção urinária ou simular seu quadro clínico. Os sintomas clássicos da ITU incluem disúria, aumento da frequência urinária, urgência miccional e, ocasionalmente, dor suprapúbica e hematúria.

- Conduta: a finalidade do tratamento é eliminar bactérias da urina. Várias modificações têm sido introduzidas, fundamentadas principalmente na pesquisa de novos agentes terapêuticos, como fluorquinolonas, que atuam inibindo uma enzima bacteriana (DNA girase) associada à replicação bacteriana. Ao lado da erradicação bacteriológica, é necessário conhecer a epidemiologia e os fatores predisponentes. Esquematicamente, destacam se características do hospedeiro, natureza biológica do micro-organismo agressor, conhecimento da história natural e eficácia medicamentosa. Cistites o tratamento dura em media de 7 a 10 dias, com alguns remédios podendo ser em 3 dias ou dose única, já as pielonefrites costumam ser mais graves, demorando de 7 a 14 dias, as vezes precisa de internação hospitalar.

- Exames: A ITU é diagnosticada por meio de cultura quantitativa de urina, o critério clássico de 100 mil colônias/ml apresenta grande especificidade, mas pouca sensibilidade. Estudos mostram que mulheres com infecção urinária não complicada apresentam frequentemente de 100 a 10 mil colônias/ml, então o critério de 100 mil colônias/ml deve ser reavaliado, pois pode deixar de diagnosticar pacientes com cistite aguda bacteriana. Alguns autores sugerem que 100 colônias/ml, associadas ao quadro clínico exuberante, são suficientes para diagnóstico de ITU. Em casos de reincidência ou recorrência deve-se considerar investigação diagnóstica adicional com ultrassonografia, tomografia computadorizada helicoidal das vias urinárias.

 

Cistite

Processo inflamatório da bexiga e uretra que se apresenta com dor supra-púbica, polaciúria (micção frequente com pouca quantidade), que pode evoluir para uma ITU por conta do processo inflamatório e muita das vezes ficar urina represada na região.

Tratamento: Pode ser feito por medicamentos adstringentes

 

Infecções ginecológicas

- Sintomas: Corrimento vaginal anormal (leucorréia), prurido vulvar e dor pélvica. Leucorréia é a principal causa da contaminação das vias urinária pelas mulheres.

-Exames: Ginecológico com coleta de secreções para cultura e teste de PCR. Ultrassonografia transvaginal em casos selecionados.

-Tratamento: Antibioticoterapia específica para o agente patogênico identificado.

 

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Infecção do trato urinário. São Paulo: FEBRASGO; 2021 (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, n. 49/ Comissão Nacional Especializada em Uroginecologia e Cirurgia Vaginal).

Urologia fundamental / editor Miguel Zerati Filho, Archimedes Nardozza Júnior, Rodolfo Borges dos Reis. São Paulo : Planmark, 2010. Vários colaboradores.

FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738378/.

 

Diferencial: Pielonefrite tem febre envolvida, colelitíase não. Urolitíase na pielonefrite, já na colelitíase não apresenta. Coloração da urina: na colelitíase a urina tende a ser mais clara devido a obstrução de via biliar, ficando sem coloração da urobilina, além de trazer também acolia (fezes claras por falta da estercobilina), já na pielonefrite a urina pode se apresentar mais escura (hematúria) ou turva (com piócitos) e com presença de pus e granulações.

 

 

2-     Caracterizar a GECA e diferenciar com parasitose e outras doenças citadas, sintomas, conduta, exames.

Gastroenterocolite aguda se caracteriza pela presença de diarreia com duração de até 2 semanas. É mais comumente causada por vírus, principalmente quando ocorre em surtos. Pode também, ter como etiologia bactérias ou suas toxinas (aparece nitritos), protozoários e medicamentos. Entre os casos mais graves, a incidência de causa bacteriana aumenta de maneira significativa.

As manifestações clínicas mais comuns são a presença de quadro diarreico (aumento do número de evacuações e/ou alteração da consistência das fezes para líquidas ou semilíquidas), associado a sintomas como:

 

• Desidratação

• Cólica intestinal

• Distinção abdominal

• Náuseas

• Vômitos

• Febre

 

Exames laboratoriais: (Hemograma, PCR, perfil renal e hepático), Coprocultura, pesquisa de toxina de C. Difficile e Exame parasitológico de fezes devem ser considerados apenas em situações que predispõe gravidade/risco (demonstram nitrito).

O diagnóstico é clínico.

Não existe um tratamento específico (geralmente são quadros virais auto-limitados). O objetivo é proporcionar alívio dos sintomas com medicamentos para combater a dor, febre e os vômitos. Para prevenção da desidratação está indicada oferta frequente de líquidos por via oral.

 

Parasitoses Intestinais

Causas: infeção por parasitas como lombrigas (Ascaris lumbricoides), ténia (Taenia saginata), e protozoários (Entamoeba histolytica)

Sintomas:

- Dor abdominal

- Diarreia ou prisão de ventre (por inflamação da parede intestinal – por ficar aderida ali)

- Náuseas

- Perda de peso (inflamação leva a diminuição da absorção intestinal)

- Fadiga (diminuição da absorção de nutrientes leva a fadiga)

- Anemia (em infecções severas por conta da diminuição de absorção de nutrientes)

 

Doença de Crohn

Causas: a causa exata é desconhecida, mas envolve fatores genéticos e uma resposta imunológica anormal.

Sintomas:

- Dor abdominal crónica (geralmente no lado direito)

- Diarreia crónica (às vezes com sangue)

- Perda de peso

- Febre

- Fadiga

- Anemia

- Lesões perianais

 

Retocolite Ulcerativa

Causas: a causa exata é desconhecida, mas envolve fatores genéticos e uma resposta imunológica anormal, semelhante à Doença de Crohn.

Sintomas:

- Diarreia com sangue e muco

- Dor abdominal (geralmente no lado esquerdo)

- Tenesmo (sensação de necessidade urgente de evacuar)

- Perda de peso

- Fadiga

- Febre (em casos severos)

 

Infecção Gastrointestinal

Causas:

- Vírus (norovírus, rotavírus)

- Bactérias (Salmonella, E. coli, Campylobacter)

- Parasitas (Giardia, Entamoeba histolytica)

Sintomas:

- Diarreia (pode ser aquosa ou com sangue)

- Náuseas e vómitos

- Dor abdominal

- Febre

- Fadiga

 

 

- Gastroenteritis: [NHS - Gastroenteritis](https://www.nhs.uk/conditions/gastroenteritis/)

- Crohn's Disease: [NHS - Crohn's Disease](https://www.nhs.uk/conditions/crohns-disease/)

 - Ulcerative Colitis: [NHS - Ulcerative Colitis](https://www.nhs.uk/conditions/ulcerative-colitis/)

 - Parasitic Infections: [CDC - Parasites](https://www.cdc.gov/parasites/)

  - Gastroenteritis: [CDC - Viral Gastroenteritis](https://www.cdc.gov/norovirus/about/index.html)

 

 

3-     Caracterizar a colecistite, como é feito o diagnóstico e qual a conduta? Riscos e evolução, quando é indicada a cirurgia.

A colecistite é a inflamação da vesícula biliar, geralmente causada pela obstrução do ducto cístico por cálculos biliares (colelitíase). Pode ser aguda ou crónica.

 

Sintomas:

- Dor intensa no abdómen superior direito ou central, frequentemente irradiando para o ombro direito ou costas.

- Dor que piora após refeições, especialmente refeições ricas em gorduras.

- Náuseas e vómitos.

- Febre.

- Sensibilidade abdominal ao toque.

- Icterícia (em alguns casos, quando há obstrução do ducto biliar comum).

 

Diagnóstico:

O diagnóstico da colecistite é feito através de uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem:

1. Exame Físico:

   - Sensibilidade no abdómen superior direito.

   - Sinal de Murphy positivo (dor aguda ao inspirar enquanto o examinador pressiona a vesícula biliar).

2. Exames Laboratoriais:

   - Aumento dos leucócitos (leucocitose), indicando inflamação.

   - Testes de função hepática (elevação da bilirrubina, fosfatase alcalina e transaminases).

3. Exames de Imagem:

   - Ultrassonografia abdominal: Primeiro exame de escolha. Pode mostrar cálculos biliares, espessamento da parede da vesícula biliar e sinais de inflamação.

   - Tomografia Computorizada (TC): Utilizada para avaliar complicações e outras causas de dor abdominal.

   - Colangioressonância Magnética (CRM): Avaliação detalhada dos ductos biliares.

   - Cintilografia biliar (HIDA scan): Para confirmar o diagnóstico quando os outros exames são inconclusivos.

 

Conduta:

1. Tratamento Inicial:

   - Antibióticos: Para tratar e prevenir infeções secundárias.

   - Analgesia: Para controlar a dor.

2. Tratamento Definitivo:

   - Colecistectomia (remoção da vesícula biliar):**

        - Laparoscópica: Método preferido, menos invasivo, com recuperação mais rápida.

        - Aberta: Em casos complicados ou quando a laparoscópica não é possível.

   - Drenagem percutânea da vesícula biliar: Em pacientes de alto risco cirúrgico ou com complicações severas (como abscesso).



Reflexão: Hoje fizemos o fechamento da síntese provisória e questões objetivas. Conversamos e trocamos muitas informações relevantes a matéria. A aula foi muito produtiva e interessante.

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