HMEC - 30/08/23 - AULA 2
- thikow
- 30 de ago. de 2023
- 6 min de leitura
EXAME QUALITATIVO
1- Fácies -> Através de alterações observadas na face do indivíduo podemos imaginar o tipo de alteração envolvido.
Ex. Trissomia do cromossomo 21 = Síndrome de Down / Edema palpebral e de face = Provável acomentimento renal (principalmente quando com envolvimento de de MMII e MMII


2- Fâneros -> Observação de unhas e pilificação (pelos e cabelos) com percepção de alguns critérios como padrão, crescimento, brilho, alterações que fogem da fisiologia comum.
Ex. Alopécia por fungo (tinea captis) ou por envelhecimento. Micose ungueal (tinea pedis). Parasitas que podem acometer essas estruturas como piolho, muquirana, chato e outros. Unha em vidro de relógio ou em baqueta (geralmente ligado a hipóxia ou cardiopatia – que compromete oxigenação)
Micose na unha (onicomicose)


3- Mucosas -> Observação de mucosas oral e conjuntiva, se atentando a qualquer alteração que fuja da normalidade como mudanças no padrão de coloração, hidratação, feridas e outros, correlacionando de 0 a 4 cruzes o quanto ao grau de gravidade. Inflamações causam eritema (vermelhidão) na região, anemia já vai causar certa diminuição de coloração ou palidez (passar o dedo na mão observando o rastro. Se o rastro permanecer branco por um período maior que o normal, provável anemia ou alguma alteração relacionada com diminuição da hemoglobina ou vitamina D), se amarelamento de olhos e freio da língua provável icterícia, alterações hepáticas ou relacionadas ao ducto biliar (observar se mucosa ocular e do freio da língua se mostram amarelos. A mucosa oral saudável geralmente é vermelha, já gengiva mostra-se “da cor da pessoa” – Importante para comparação em pessoas pretas, caso haja suspeita de icterícia ou alterações hepáticas/biliares, já que indivíduos de cor preta tem as mucosas mais amareladas). Ressecamento de mucosas/pele pode indicar algum grau de desidratação. Já a observação de uma coloração pálida ou azulada pode indicar cianose e estar relacionada a baixa oxigenação do sangue ou problemas de circulação (DPOC, ICC, Embolia Pulmonar, problemas na perfusão sanguínea e outros).
Ps.: Parte da bochecha -> Espaço jugal
Feridas na língua -> Glossite
Feridas no lábio -> Querite


Mucosas Orais


4- Turgor -> O tugor da pele é representado pela textura, elasticidade, força original ou de distenção da camada da pele, sendo este um importante conceito que está diretamente ligado a hidratação. A observação de uma pele descamativa ou que não retorna a sua característica prévia quando distendida ou pressionada, demonstra a perda de hidratação deste tecido.
Ps.: Deve-se levar em conta a idade do indivíduo pois com o passar dos anos a pele perde capacidade de sustentação devido a diminuição de colágeno e elastina.
Tecido gorduroso tem afinidade por medicamentos ou anestesia -> Uma pessoa com sobrepeso ou obesidade pode demorar a voltar da anestesia ou necessitar de uma adaptação na dose de um medicamento.




5- Extremidade -> Observar a coloração, sensibilidade e características das extremidades do corpo (mãos e pés). A cianose pode demonstrar hipóxia ou demora no retorno venoso. Inchaço de extremidades pode dar indícios de diversas condições como trombose venosa profunda (TVP), infecções de extremidades (erisipela, flebite ou celulite) ou insuficiências distintas, como cardíaca (ICC), renal (DRC), hepática e venosa crônica (IVC). A diabetes descompensada pode causar alterações a serem observadas como a perda de sensibilidade em extremidades (neuropatia) e a diminuição da circulação nas extremidades podendo levar até mesmo a necrose de dedos e extremidades. A Síndrome de Reynald vai demonstrar, a princípio, dedos pálidos com déficit vascular em extremidades.
Ps.: A prega transversal palmar (prega única nas palmas das mãos) é muito encontrada na trissomia do cromossomo 21(Sindrome de Down).
Cianose de lábios é causada pela quantidade de hemoglobina ligada ao CO2 (baixa taxa de O2)
Cianose, quando observada em crianças, deve ser avaliada com urgência devido a evolução rápida, possivelmente grave e até mesmo fatal nesses indivíduos.



Edema -> Deve ser caracterizado quanto a localização, se duro ou mole, quanto a coloração, demora do retorno quando pressionado (sinal do cassivo/godet que forma uma fóvea), a temperatura, presença de material purulenta.
Ps.: Edemas isolados, como em mãos ou pés é melhor do que o edema observado por exemplo em todo percurso da perna ou braços.




Pulsos -> Devem ser palpados nessa ordem -> Carotídeo, Braquial, Radial, Poplíteo, Pedioso e Femoral
Ps.: A diminuição de certos pulsos pode indicar a presença de certas condições específicas. A observação de pulso femoral e poplíteo normais e pedioso diminuído, por exemplo, pode indicar uma TVP em região distal da perna (nesse caso devemos observar também a perna quanto a sinais flogísticos (edema/aumento da circunferência , palpação de edema duro, vermelhidão, calor, dolorimento












PULSOS EXTRAS




6- Estado geral -> Avaliação subjetiva e em totalidade da condição a qual o paciente se encontra: Nível de consciência, fáscies, fala, confusão mental, mobilidade, entre outros. O paciente pode estar bom estado geral (BEG), regular estado geral (REG) ou mal estado geral (MEG).
Fornece uma percepção geral do paciente, permitindo assim a classificação de quanto a sua gravidade e prioridade (urgência) no atendimento.
Ps.: A 4 etapas de avaliação -> Inspeção, palpação, percussão e ausculta
Avaliação de sistema linfático
A avaliação do sistema linfático deve ser feita através da palpação e percepção da rede linfática como um todo (quando a aderências, agrupamentos, mudança de textura, dolorimento, aumento de temperatura e inchaços). A palpação deve ser feita em cada lado distintamente (com a exceção dos occipitais que pode ser palpado simultaneamente em sua bilateralidade) e deve seguir a seguinte ordem de palpação:
1. Occipitais
2. Pré e retro auriculares
3. Submandibular e Tonsilares
4. Submentonianos
5. Cervicais (Anterior e posterior)
6. Supraclaviculares
7. Axilares – 2 formas: Faz uma divisão em 4 quadrantes (cruz) ou divide em 3 quadrantes sendo superior, médio e inferior e medial, médio e lateral. Em ambos deve-se fazer a varredura de cada segmento.
8. Epitroclear – Entre epicôndilo medial e olécrano
9. Inguinais – Entre crista ilíaca e veia femoral
· Clavicular esquerda vem do Ducto torácico trazendo o quilomícron, pode demonstrar alterações intestinais, porém geralmente representa um sinal de malignidade (presença de um processo neoplásico).
· Submentoniano -> Alterações ou lesões em boca e região
· Submandibular -> Alterações ou lesões de garganta e região
· Axilar vem do braço
· Pré/retroauricular -> Drena do olho podendo indicar lesões ou alterações oftálmicas.
· Alterações sistêmicas -> Vai apresentar a alteração de várias cadeias de linfonodos.
Avaliação de pulso
Deve ser feita nos pulsos Carotídeo, Radial, Braquial, Pedioso, Femoral e Poplíteo levando em conta as seguintes informações:
· Frequência (BPM)
· Ritmo (Bradicárdico, normocárdico, taquicárdico ou arrítmico)
· Intensidade (forte ou fraco)
· Amplitude (ritmo cardíaco)
Observação
Edema/Coloração/Cianose medido em cruzes (de 0 a 4)
Ordem:
Exame geral qualitativo
Palpação de linfonodos
Pulsos
Oroscopia
Esqueminha de sensibilidade na palpação dos gânglios
Duro (testa), fibroelástico (nariz), cístico (bochecha) e mole (queixo)
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SALA DE SIMULAÇÃO
Higienização -> Do ambiente de trabalho, EPIs (máscara/óculos/luvas), acessórios para a anamnese (esteto/esfigmo/espátula/lanterna). Primeiro higieniza e monta todo o campo de trabalho, posteriormente chama o paciente e higieniza as mãos junto dele.
Identificação segundo normas internacionais -> Nome completo e data de nascimento
Identificação global do paciente -> Pedir tudo relacionado a identificação primeiro: Estado civil, gênero, condição de moradia, questão de sanitária (saneamento básico?), renda familiar, profissão, ocupação, orientação de sigilo médico e confidencialidade).
Sintoma -> sempre vincular com o tempo (crônico ou agudo), local, intensidade, irradiação, tipo/característica de dor, fator de melhora e piora, sintoma associado, se compromete AVD, se já sentiu essa dor
SIFE
Família e amigos -> Abordar relações familiares, se mora com alguém ou sozinho, as relações (sistema de apoio), se pode contar em alguém
Rotina -> Alimentação (industrializados, frituras, muito açúcar?), café, refrigerante, sucos naturais e industrializados.
Sono -> Me conte sobre o seu sono, quantidade de horas, dorme a noite toda, se sente descansada com o sono
Atividade física -> Intensidade, tempo de atividade, vezes na semana
Trabalho -> Como é o trabalho, como são as relações no trabalho
Hobbie -> Momento de lazer que tira para ela
Vacinas, histórico familiar, doenças pregressas, medicamentos, cirurgias prévias -> Se as vacinas estão em dia, se tem alguma doença, se usa medicamento de uso contínuo, se fez alguma cirurgia prévia ou se teve algum trauma
Perguntas sensíveis -> Sexo, número de parceiros, álcool, drogas, se mulher pergunta se ainda menstrua, quando entrou na menopausa, quando foi a primeira menstruação
Sinais vitais -> Sentado na maca (vai ser falado pelos professores)
Pacto de mudanças com o paciente -> Fecha em 5 combinados máximo
Olhar marcha quando o paciente entra, fácies etc. -> Colocar ele sentado e fazer isso no primeiro momento
Exame físico -> Céfalocaudal -> Couro cabeludo, cabelo se hidratado, brilhoso, mucosas coloração, hidratação pele (se hidratada, brilhosa, com tes, turgor...), lábio corado ou não, turgor, dedos, unhas, perfusão. Vai descendo e olha os pés -> Se encontrar alteração falar o nível de alteração de 0 a 4.
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Reflexão: Hoje tivemos uma pequena aula expositiva com Prof. Sérgio e Profa. Magda. A aula foi muito boa, abordou todas as partes de um exame qualitativo. Aprendemos mais sobre inspeção, fácies, fanecos, avaliação de mucosas, linfonodos, pulsos em geral, observação de perfusão e outras muitas ferramentas para uma avaliação ainda melhor desse paciente. Em seguida fomos para o laboratório para praticarmos em trios e duplas. Achei muito produtiva a explicação da Profa. Magda. Também relembramos as etapas de anamnese, com avaliação englobando o mccp e sife, antropometria, sinais vitais e plano de cuidado desse paciente. Gostei muito do dia de hoje, pois senti que tivemos bastante aprendizado além de relembrar de coisas que já vimos.
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