HMEC - 2ª Simulação - 09/05/25
- thikow
- 9 de mai.
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Atualizado: há 6 dias
2ª SIMULAÇÃO
MÉDICA: Júlia
PRONTUÁRIO MÉDICO
INDENTIFICAÇÃO
Nome: Valmir Santana
Data de nascimento: 02/02/1965
Idade: 60 anos
Estado civil: Solteiro
Religião: Católico
Profissão: Aposentado, atualmente atua como representante comercial ocasionalmente
QP
Relata que as roupas estão mais folgadas.
HPMA
Paciente refere perda de aproximadamente 5 kg nos últimos dois meses, sem alterações na rotina, alimentação ou prática de exercícios físicos. Nega mudança no padrão alimentar e afirma não praticar atividade física.
Relata término de relacionamento há cerca de dois meses, em virtude de ter descoberto que a namorada o traía com múltiplos parceiros, sendo garota de programa. Refere tristeza com a situação, mas acredita que o episódio não tenha afetado diretamente sua rotina ou sua perda de peso. Contudo, admite que se sente mais excluído e recluso, por insegurança em relação ao que as pessoas possam pensar sobre a traição.
Há cerca de um mês e meio, notou surgimento de caroço persistente na região da mandíbula, que percebe toda vez que faz a barba. Relata ainda episódios de suor noturno há aproximadamente um mês e meio, acordando suado todas as noites, mesmo sem utilizar cobertas.
AP
Nega doenças prévias relevantes e uso de medicações de uso contínuo.
Não realiza atividades físicas.
Sono regular: deita às 23h, acorda às 6h, relata qualidade satisfatória do sono.
Alimentação:
Café da manhã: Tapioca com presunto e queijo, café com leite.
Lanche da manhã: Fruta às 10h.
Almoço: Arroz, feijão, salada e proteína.
Lanche da tarde: Não realiza.
Jantar: Pão com queijo e presunto.
Hábitos:
Ingestão de aproximadamente uma dose de uísque nas sextas, sábados e domingos.
Fumante desde os 22 anos, consome cerca de 12 cigarros mentolados por dia.
Vida sexual ativa, porém não utiliza preservativo, justifica que "não gosta"; usou preservativo até os 15 anos. Relata uso de "azulzinho". Teve diversas parceiras.
AF
Mãe faleceu há cinco anos de infarto.
Demais antecedentes familiares: paciente não sabe informar.
MUC
Nega uso de medicações contínuas.
ISDA
Respiratório: Nega queixas de dispneia ou tosse.
Cardiovascular: Nega dor torácica, palpitações ou síncopes.
Gastrointestinal: Nega alterações do hábito intestinal, vômitos ou náuseas. Alimentação preservada, apesar da perda ponderal.
Geniturinário: Vida sexual ativa, sem uso de preservativo. Nega sintomas urinários.
Neurológico: Nega cefaleia, tonturas ou alterações sensitivas/motoras.
Musculoesquelético: Nega dores articulares ou musculares relevantes.
Tegumentar: Relata presença de manchas pelo corpo.
Endócrino/Metabólico: Relata perda de peso significativa sem causa aparente. Refere sudorese noturna.
EF
Manchas pelo corpo.
Presença de síndrome consumptiva: perda ponderal significativa, febre e sinais inflamatórios.
Nódulo palpável na região da mandíbula, persistente há cerca de 1 mês e meio.
Estado geral: compatível com quadro consumptivo e inflamatório.
HD
Síndrome consumptiva de etiologia indeterminada.
Possível neoplasia ou infecção crônica (ex.: tuberculose, infecção pelo HIV).
Linfadenopatia cervical de investigação necessária (neoplásica ou infecciosa).
Síndrome febril inflamatória sistêmica.
CD
Encaminhar para serviço especializado para investigação de síndrome consumptiva.
Solicitar exames laboratoriais e de imagem:
Hemograma completo
Proteína C Reativa (PCR)
Velocidade de Hemossedimentação (VHS)
Sorologia para HIV e outras ISTs
Pesquisa de tuberculose (TRM-TB, PPD, Rx de tórax)
USG de região cervical para avaliação do nódulo
Biópsia do nódulo, conforme avaliação especializada
Orientar sobre importância do uso de preservativo nas relações sexuais.
Encaminhamento para apoio psicológico/psiquiátrico, diante do impacto emocional associado ao término do relacionamento e isolamento social relatado.
Orientar sobre riscos relacionados ao tabagismo e consumo de álcool, com proposta de abordagem e cessação.
READ - "Não consigo pentear o cabelo"
A. Informações principais da anamnese e do prontuário
1. Identificação do paciente:
Nome: Mario O.
Idade: 67 anos
Profissão: Professor aposentado
Sexo: Masculino
2. Queixa principal (QP):
Dor no ombro esquerdo há 3 meses, com piora nas últimas 3 semanas.
3. História da Moléstia Atual (HPMA):
Dor progressiva, sem história de trauma.
Piora com atividades como pendurar roupas, pegar objetos em lugares altos, pentear cabelo.
Melhora com repouso.
Nega febre ou alterações de sensibilidade.
4. Antecedentes pessoais (AP):
Comorbidade: Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
Uso contínuo de Losartana 50mg 12/12h
Ex-tabagista (fumou por 20 anos, parou há 10)
Etilista social
Nega cirurgias e alergias
5. Investigação sistematizada (ISDA):
Aparelho musculoesquelético: dor à elevação do braço esquerdo >90º e rotação externa; dor em abdução passiva final; Teste de Jobe positivo.
6. Hipótese diagnóstica (HD):
Tendinite do músculo supraespinhal
7. Conduta (CD):
Medicamentos (Ibuprofeno, Dipirona)
Encaminhamento à fisioterapia
Solicitação de ressonância magnética (RNM) de ombro esquerdo
Evolução (2ª consulta):
Fez 10 sessões de fisioterapia com melhora parcial
RNM revelou ruptura completa do tendão do supraespinhal
Indicação cirúrgica: artroscopia reconstrutiva do tendão
B. Informações relevantes do exame físico
1. Sinais vitais:
PA: 120/70 mmHg
FC: 80 bpm
SpO2: 97%
2. Exame musculoesquelético (específico):
Dor à elevação do braço esquerdo acima de 90º
Dor à rotação externa
Dor na abdução passiva final
Teste de Jobe positivo (indica lesão do tendão do supraespinal)
Teste do infraespinal e Gerber negativos
3. Estruturas testadas:
Supraespinal: Teste de Jobe positivo sugere tendinite ou ruptura
Infraespinal e subescapular: Negativos nos testes específicos (Infraespinal e Gerber)
C. Comparação das hipóteses diagnósticas e exames solicitados
Hipótese diagnóstica inicial:
Tendinite do supraespinal – condizente com os sinais clínicos e exames físicos.
Exame solicitado:
Ressonância magnética de ombro esquerdo (padrão ouro para avaliar partes moles como tendões e músculos).
Resultado da RNM:
Ruptura completa do tendão do supraespinhal → confirmação da gravidade da lesão → necessidade de cirurgia (artroscopia reconstrutiva).
Diagnóstico | Dor | Fraqueza | Testes Positivos | RMN | Diferença chave |
Ruptura do supraespinal | Sim | Sim | Jobe | Ruptura visível | Fraqueza muscular evidente + RMN confirmatória |
Tendinite do manguito | Sim | Não | Jobe | Tendinopatia sem ruptura | Dor sem fraqueza |
Síndrome do impacto | Sim | Não | Neer, Hawkins | Bursite/tendinopatia leve | Arco doloroso específico |
Bursite subacromial | Sim | Não | Neer | Líquido em bursa | Dor difusa, especialmente noturna |
Capsulite adesiva | Sim | Sim | Limitação global | Espessamento capsular | Limitação de movimento passivo e ativo |
Artrose AC | Sim | Não | Cross-arm | Osteófitos na AC | Dor localizada e degeneração articular |
Radiculopatia cervical | Sim | Variável | Spurling | Pode mostrar hérnia | Parestesia e reflexos alterados |
Lesão do bíceps | Sim | Não | Speed, Yergason | Lesão do bíceps | Dor anterior e sinais específicos do bíceps |
Tratamento
Dividimos o tratamento das lesões do manguito rotador em conservador e cirúrgico.
Tratamento conservador
Reservado para lesões parciais, lesões completas degenerativas ou traumáticas em pacientes de baixa demanda ou com risco cirúrgico elevado. Consiste na administração de analgésicos, antiinflamatórios e reabilitação fisioterápica para ganho de amplitude de movimento e fortalecimento dos músculos estabilizadores do ombro e escápula. Infiltrações subacromiais com corticoide podem ser realizadas com cautela, evitando administrações sucessivas que podem ser deletérias aos tendões. A fisioterapia deve ser realizada por ao menos 3 meses.
Tratamento cirúrgico
Indicado nas lesões parciais que não melhoram com tratamento conservador, ou nas lesões completas degenerativas e traumáticas em pacientes ativos. A cirurgia de reparo dos tendões rompidos pode ser realizada por videoartroscopia, técnica menos invasiva e com menor agressão ao músculo deltóide, ou por cirurgia aberta, com resultados funcionais semelhantes.
A reabilitação pós operatória é fundamental para um reparo de tendão bem sucedido. Ela envolve analgesia, exercícios passivos para ganho de amplitude de movimento e exercícios ativos para ganho de força. O retorno às atividades habituais costuma ocorrer após 4 a 6 meses.
Reflexão: Hoje não consegui ir a aula devido a instalação de móveis da minha casa, porém peguei os dados da consulta com meus amigos para poder realizar o prontuário médico do paciente Valmir e fiz o READ 2 sobre dor no ombro. Foi muito interessante!
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